13 de novembro de 2012

Tudo nessa vida é aprendizado!

Hoje me deparei com duas situações bem diferentes mas que me mostraram que tudo nessa vida, desde um simples bom dia até mesmo a uma saudade sem fim, podem nos ensinar se a gente souber enxergar com olhos de aprendiz!
A primeira delas foi com o meu namorado.
Desde que ele foi embora (voltou ao seu país de origem) que eu sofro, choro só de olhar pras nossas fotos, penso que esses meses de espera não vão passar nunca, me descabelo.
E ele sempre me consolando, me confortando e acalentando meu coração.
Hoje, era ele que estava triste, era ele que sofria a minha ausência e não tinha forças pra lutar contra essa saudade. Não imaginei como eu poderia consolá-lo já que eu estou sempre inconsolável.
E eu acabei escrevendo um e-mail pra ele.
Tenho certeza que quando ele ler amanhã, ele vai se sentir mais forte pra continuar lutando para ficarmos juntos novamente.
Não sei exatamente de onde vieram, mas eu consegui passar um pingo esperança, que não foi só pra ele, mas foi pra mim.
Depois de tentar amenizar a saudade, eu reli o e-mail e descobri uma força que eu nem sabia que tinha.
E descobri que eu posso ser mais do que eu tenho sido até hoje.
Eu me senti acalentada com o que eu mesma disse.
A segunda experiência foi com uma amiga.
Estive em sua casa para finalizar um trabalho que fizemos juntas e acabamos por trocar muitas e muitas experiências de coisas que eu vivi e que a fez pensar no problema que ela vive (problema não, porque não era uma situação ruim, porém delicada) de uma outra forma.
Tenho certeza que depois de tudo que conversamos ela vai contornar a situação dela de uma maneira bem amistosa.
E eu aprendi tanto essa noite com essa conversa!
Percebi que certas atitudes merecem ser tomadas, mesmo que pareçam radicais, percebi que devemos lutar com todas as nossas forças contra a falta de forças (digo isso porque vivo atacada com a síndrome do pânico - fazer o que, sou excessivamente agitada e nervosa, rsrsrs).
Hoje ela me mostrou que eu posso lutar contra essa ansiedade de uma maneira diferente.
E acho que ela nem percebeu que ela me ajudou tanto.
A verdade é que temos sim que trocar experiências, confidenciar segredos com quem a gente confia, e viver com os olhos e a mente sempre abertas.
Porque a cada passo que damos na rua, pode existir uma possibilidade de aprendizado, de crescimento como ser humano.
Hoje eu sinto que cresci mais um cadiquinho.
E eu sei, que nunca será suficiente, e acho que isso é que me faz ter mais e mais vontade de aprender!
A foto, é só para mostrar duas das ferramentas que nos acrescentam muito e poucos tem esses hábitos: o da leitura e o do contato com a natureza!

5 de novembro de 2012

Ela vê uma cena: - Nossa, daria uma bela foto!
Fecha os olhos, se imagina sendo uma câmera...
Esse ângulo ta bom, pela luz o iso tem que ser uns 100.
Vou colocar o diafragma mais fechadinho, para ter um foco mais abrangente... Afinal de contas, é uma paisagem belíssima, merece ter bastante foco... F11 ta bom!
Hum... iso 100, abertura F11, acho que o ideal seria 1/250 de velocidade, hum... não, 1/500, se não vai fica claro demais! Quero mais contrastes...
Agora o enquadramento, ta tudo certinho, ta harmônico, ta desenhado... Uau, segue até o Racio de Fibonacci!
Bom, la vou eu, tudo preparado, falta alguma coisa? hum... não ok, botão que prende onde quero a exposição, foco manual mesmo e click!
E tudo isso passa na mente dela em uma fração de segundo!
- Bosta, que bosta de foto! como eu pude fazer uma porcaria tão grande?
- Cadê tudo que eu aprendi?
As amigas pedem pra ver, ela fica com vergonha...
- Uau que lindo, diz a primeira, - Ta perfeito, a segunda fala.
E ela, como toda boa virginiana pensa em tudo que poderia fazer de diferente, em tudo que ela poderia ter feito para a foto ficar melhor...
E como toda boa virginiana, ela nunca encontra a perfeição!
É... ta na hora de aprender a gostar do que não é perfeito!

Ps.: Nem vou postar a foto! to com vergonha dela depois de tanto preparo!

3 de novembro de 2012

Um pouquinho de narcisismo... e um bocado de loucura!

Meus textos são na maioria momentos vividos, na verdade depende muito do meu humor.
Se eu estou mais triste, mais estressada, eu sou mais realista, escrevo o que passei e voilá se foi bom ou não foi, eu escrevo exatamente o que aconteceu.
Se estou mais feliz, mais romantica, eu pinto um cor de rosa aqui, invento uma florzinha alí e pronto, meu texto ta com cara de final feliz!
Porque eu sou uma pessoa assim, bipolar, tripolar, ou até multipolar!
Vivo num mundo paralelo, onde tudo tem um final feliz e luto para que esse meu conto de fadas se torne a realidade!
Na maioria das vezes eu consigo, o que faz de mim uma pessoa realizada, porém quando dá errado, a queda é grande!
Tenho deprê, durmo por vários dias seguidos, ataco fortemente meu estômago... E sofro.
Sofro com todas as lágrimas, todas as tristezas e todos as lamentações desse mundo.
Mas não sou pessimista, sempre acho que as coisas podem melhorar, mesmo quando pioram!
Sou uma pessoa meio azarada, sim, não sei se é uma fase que já dura uns anos ou se eu me permito ser assim, sei lá. Mas em pouco tempo eu já passei por muitos sustos, e vários pequenos males.
Não sou uma pessoa doente, tenho a imunidade super baixa, mas em compensação a auto estima... Essa vai lá pros ares!
Sonho em dançar na chuva com meu amor, em ser pedida em casamento de baixo da torre eiffel, mas sei, sei dar valor ao que eu vivo.
E vivo tudo com uma intensidade absurda, não sei se se isso é bom ou ruim.
Não tenho medo do novo, pelo contrário, anseio em viver novas experiências quase todos os dias!
Em compensação me torno super apreensiva assim que surge o primeiro problema! Eu sou sempre a primeira a querer desistir!
Com muitos medos, anseios e ao mesmo tempo muito corajosa! Muito louca, sim eu sou!
Só sei que das minhas loucuras resultam em uma mulher criança ou uma menina madura, que tem seus devaneios, suas fantasias, mas vive num mundo onde o bem sempre vai prevalecer!

A comida japonesa e os meus 15 anos...

Lá vou eu, para mais uma aventura gastronômica!
É aniversário de um amigo, resolvemos comemorar em um restaurante japonês. 
Ups, eu nunca fui num japonês, nem sei como se come, ouvi dizer que não é com garfo, é de palitinhos, será que consigo?
Pesquiso no pai da internet! Milhões de fotos coloridinhas, os peixes crus parecem até que apetitosos, e diz aqui que é super saudável. Ok, to fazendo a linha saudável ultimamente mesmo, eu topo!
O que vou vestir pra ocasião? É aniversário, tem que ser algo festivo, porém, é num restaurante, algo mais sóbrio...
Opto por um pretinho de alfaiataria, e pra não ficar muito básico escolho uma sapatilha vermelhinha com uns pequenos contos em dourado na lateral.
Faço uma maquiagem mais noite, mas nada vivo! 
Coloco um batom vermelho!
Ah e uma bolsa razoavelmente grande. Claro, vai que eu detesto comer o pão do japa, vai que eu tenho que fazer a linha de antenada que come de tudo? Pelo menos terei uma bolsa grande pra esconder o que eu não conseguir comer, arf que derrota!
Nós mulheres, deveríamos experimentar de tudo um pouco nessa vida, mas tudo sozinhas, ou ao lado de amigas, mas amigas de verdade. Daquelas que vão entender se você fizer cara de nojinho para o bichinho gosmento que sai da barriga da mamãe alien!
Enfim, montada, uma roupa bonitinha, casual porém fina, um sapatinho confortável, nada muito chamativo e nem sóbria demais!
Estou linda, lá vou eu, entro no carro de um amigo, aquele, justamente aquele, o mais gato, o mais fofo, o que eu caio de amores quando vejo, justo ele vem me buscar!
Pronto, cadê a confiança? Cadê a mulher despojada que escolhe bem o que vai vestir, que pesquisa tudo sobre o que vai comer, que sabe muito bem o que ta fazendo?
Ela se desmonta ao ver aquele menino super lindo, buzinando em sua porta!
Treme dos pés a cabeça!
Oi, não sabia que era você que vinha me buscar...
Ele estranha, mas diz que fez questão de levá-la.
Ih melou tudo, vou ter que comer aquela gororoba todinha, e sorrindo, ao lado dele, imagina se vou fazer papel de desatualizada, de quem não gosta do que é diferente, justo ao lado de quem? dele que tanto fala de viagens, que tanto conta de suas experiências gastronômicas...
Lembro-me bem dele me contando como foi comer escorpiões na china, comidas super apimentadas na índia.
Bom, ta na chuva é pra se molhar. - Vamos?
Ele solta um leve sorriso de lado, eu (óbvio) fico vermelha.
Chegando no restaurante, eu me sinto mais tranquila, tudo limpo, calmo, e sem um grande excesso de informações.
Mas o que é isso? As pessoas tiram o sapato pra entrar? ai meu deus, será que estou com chulé? Será que minha unha ta bem feita, faz mais de uma semana que não faço. Jura que eu demorei um tempão pra escolher esse sapatinho e vou ter que tirar ele?
Tiro timidamente as minhas sapatilhas super gracinhas já com uma cara de quem comeu e não gostou.
Sentar no chão? hum, isso me agrada, a gente pode se sentir mais em casa!
Limpo as minhas mãos no paninho quente, seguindo o que os outros na mesa fazem, que gostoso!
O meu amigo senta-se ao meu lado, todo despojado, cabelo desgrenhado, nem usa o paninho pra limpar as mãos, que nojo. Mas mesmo assim ele continua sendo lindo!
Que olhos, que sorriso!
Chega o primeiro barco. Que graça, a comida vem num barcão enorme, cheio de coisinhas coloridas, uma saladinha pra complementar, uns molhos, hummm esse eu conheço, e adoro! 
Olha tem até na versão light!
- Quer o seu hashi com ou sem elástico?
- Unh? Do que será que ele ta falando?
Alguns pedem sem elástico, outros com, na dúvida pedi assim meio escondida um de cada!
Discretamente vou conversando e seguindo tudo que os outros fazem.
Coloco o shoyu devagar e esqueço ele aí, vou bebericando uma água com gás e conversando.
Quando de repente ele me questiona: 
- Não vai comer não? É a sua primeira vez não é? Quer que eu te ensine?
Ah meu deus, morri! Além de lindo é super educado e prestativo!
Aceitei a ajuda, a essa altura eu devia estar com uma cara de medo que provavelmente paralisou a mesa inteira.
Ele me ensina a pegar o hashi, sim, o sem elástico. 
Pede para eu comer um sashimi de salmão primeiro, para ver se me adapto à textura do peixe.
Sim, na comida japonesa, você não vai estranhar o gosto, vai estranhar a textura, e muito!
Delicadamente ele coloca um pedaço pequeno de salmão em minha boca... 
Iecat que coisa escorregadia. Mastigo, faço um sorriso que com certeza era nítido que estava detestando!
Ele ri, que riso doce! To encantada!
Ele me diz: - Olha, a primeira impressão da comida japonesa nunca é a que fica, tenta comer mais um pouco, tenho certeza que mudará de opinião.
E como todo rapaz gentil, ele me serve um pequeno prato com um pouco de cada do que havia no enorme barco super decorado!
Mais uma vez me explica como se come com o hashi e me conta das suas peças favoritas naquela mesa. Sim, em comida japonesa chamamos cada parte da comida de peça.
Experimento mais um, e mais outro, sem muito sucesso. 
Ele me dá a dica de comer o gengibre entre as trocas de peixes e colocar um pouco de raiz forte dentro do meu shoyu para dar um toque picante.
Nossa, quanta diferença uma raiz forte faz num prato, que delícia!
Começo a degustar verdadeiramente, começo a comer uma coisa de cada, tudo molhado naquele líquido salgado e agora picante.
Sinto a textura dos peixes crus junto aos molhos, uau, que experiência dos deuses!
Acho que no final das contas eu comi mais que todo mundo alí.
E ele só sorria, encantado com meu jeito moleca de aprender algo novo.
Pedimos a conta, um susto. - Nossa como comida japonesa é caro! Mas vale a pena!
Paguei, saímos, encontrei meu belo sapatinho no meio de tantos e fomos embora.
Tivemos uma conversa bem agradável na volta pra casa.
Em vez de parar na porta da minha casa, ele pára na porta da casa do vizinho. 
- É alí na frente
- Eu sei, mas se eu parar lá, seu pai pode ver e reclamar.
Ok, ele vai me beijar! Ai meu deus, será que fiz tudo certo dessa vez?
Consegui conquistar o rapaz mais belo da minha turma? Aquele, justo aquele que de quem tanto morro de amores?
E sim, um beijo, de leve, depois um mais intenso, e eu simplesmente travo no meio do beijo.
- Ta, adorei a noite com você, mas agora eu preciso entrar, podemos nos falar amanhã, talvez?
Ele estranha, mas concorda em ficar apenas com o meu número de telefone.
Mais um beijinho, dessa vez um selinho rápido e eu super sem graça saio do carro.
Ele pergunta: - Me perdoa, mas eu fiz algo de errado?
Solto uma risada, enfim relaxo.
- Não querido, é só que eu me lembrei do que comemos anteriormente, e me deu uma sensação estranha, sei lá, medo do cheiro de maresia sabe?
Hahahahahahaha ele solta uma enorme e gostosa gargalhada. 
- Entendi, misturar peixe gelado com língua quente não lhe pareceu cair bem na mesma noite não é?
Apenas sorrio e jogo um beijinho de longe!
Entro em casa!
Putz, justo no dia que vou experimentar a coisa mais estranha da minha vida (mentira, já comi coisas mais difíceis de engolir) eu dou a sorte ou o azar de ser beijada pelo cara que tanto desejei!
Arf, hoje não foi meu dia!

Hoje, eu saí com uns amigos para comer comida japonesa, virou rotina, e aliás, que rotina deliciosa!
Tem mais de 10 anos que comi pela primeira vez, mas eu nunca vou me esquecer desse dia.
E pensar que com 15 anos eu ainda era super preocupada em parecer antenada, que eu era tímida na frente dos rapazes, e que eu terminei o dia achando que nada tinha dado certo!
Eu era feliz e não sabia! hahahahaha




A fé e/ou a falta dela...

Quando falamos de fé, imediatamente pensamos em fé religiosa.
Mas a verdade é que hoje, eu não vim aqui para falar desse tipo de fé...
E sim de acreditar, da fé nas pessoas, da fé em si mesmo.
Quantos amigos você tem?
Em quantos deles você confia, mas confia de verdade?
E em você?
Você confia em si próprio?
Você já se perguntou se está onde queria estar, se alcançou pelo menos parte dos seus objetivos?
Acredita em você?
Acredita que pode mudar, que pode aprender, que pode crescer.
Eu me descobri uma pessoa que não possui fé!
E não falo da fé religiosa, pois nessa eu tenho e muita, eu digo de fé em si mesma.
Eu não tenho, sou medrosa, por um pequeno deslize, normal de quem está aprendendo de quem está amadurecendo, eu paraliso!
E isso vai desde coisas pequenas a coisas muito grandes.
Tem alguns poucos meses que tirei a minha habilitação para carro e moto. Desde então venho tentado dirigir  tentado criar um pouco de experiência, mas foi só levar um pequeno susto (sim eu sou péssima com noção espacial e quase bati com o carro tentando estacionar ele) que paralisei. Não consigo mais pegar o carro e quando pego, fico tão nervosa, mas tão nervosa que desisto!
Mesmo estudando muito, buscando a cada dia uma melhora profissional e AMANDO o que eu faço, é só ouvir uma pequena crítica que eu ganho um bloqueio, pronto, fico uma semana sem conseguir trabalhar por não acreditar que posso ser melhor!
E como eu disse, nas coisas grandes também!
Eu tenho uma grande mudança pela frente, como todos sabem, meu namorado é estrangeiro, e em breve vou para o país dele, começar uma nova vida ao lado de quem amo...
E a verdade é que eu estou aterrorizada com essa possibilidade, tenho medo de falhar, de não conseguir me adaptar, de não conseguir crescer, de não conseguir trabalhar!
E pra piorar, vou ficar uns meses longe dele enquanto nos preparamos para essa grande mudança, estar longe de quem se ama não ajuda em nada, a segurança que a gente tem nos braços da pessoa...
Enfim, o fato é que de uns tempos pra cá, tenho me visto menos corajosa, mais pacífica, cada vez mais paralisada!
É a famosa falta de fé, que por mais que eu busque Deus em mim e na minha religião, eu não consigo crer que eu posso!
Que eu sou capaz!
E de novo eu paraliso!
Já fui salva algumas vezes, Deus sempre coloca pessoas maravilhosas em minha vida, mas por mais que existam esses "anjos", eu preciso aprender a viver por mim mesma, a confiar em mim!
Quem sou eu?
O que é prioridade? O que é objetivo?
Será que eu to tão perdida assim?
Só sei que estou aqui, na eterna busca de conhecer a si próprio, de amar a si mesma, e de confiar! Confiar que eu sou capaz, de ser alguém...
Quem sabe!
Sei lá!


1 de novembro de 2012

Sem sono, como sempre sem sono algum, ela passa a noite escrevendo!
Sonhos, devaneios, loucuras...
De manhã, um pequeno café e uma bicicleta.
- Vou cuidar de mim! Pensa ela!
Chegando em seu destino uma sombra, a bela luz da manhã dá lugar a um buraco negro que sai do meio dos olhos e cresce ao redor, engolindo todas as suas energias!
O som do mar vira um barulho ensurdecedor, o porto seguro se torna longe, quase inalcançável.
Uma dor que não se sabe de onde vem, atinge a barriga, uma dor insuportável.
Fica cada vez mais escuro, os pensamentos se embaralham, como nas cartas da Alice...
As cartas crescem, vem em sua direção, vermelhas, imponentes, e se desfazem segundos antes de a atingir.
E o estômago grita, se mexe, cresce a medida que os minutos se passam.
Ela se assusta, não sente mais os braços, não consegue mais andar.
Uma ânsia de vômito, a segunda, a terceira, nada sai...
Um copo de água, vozes embaralhadas ao ouvido, um pedido de socorro...
O sol começa a brilhar novamente, pouca coisa, tudo ainda meio embaçado, tudo ainda meio sem foco.
Ela senta. 
Ela vomita...
Vomita todas as dores, todos os gritos de desespero, toda aquela escuridão, todas as cartas da Alice.
É um vômito negro, uma carta de alforria!
Retoma a consciência, seus olhos voltam a focar
Uma sensação de bem estar, um pequeno alívio...
Seus pensamentos voltam pro lugar.
Ela se levanta, agradece a ajuda e volta para sua bicicleta, 
E apesar de se sentir melhor,
No fundo ela sabe, ela sente que o corpo estranho que habita em seu estômago, 
Em breve vai tomar conta de sua sanidade novamente!

Um conto, uma história, um sei lá o que que eu acabei de inventar!


Ele abre as janelas
Ela acorda
Seus olhos ainda desacostumados com a luz do dia, se apertam...
Um feixe de luz amarelo ouro brilha cintilante sobre seus lençóis de cetim branco; suas pernas e sua bunda levemente à mostra brilham num tom bronzeado. Ele olha, acaricia sua perna.
Ah não amor, me deixa dormir mais um pouquinho!
Acorda minha querida, está um dia lindo lá fora!
Ela se senta, um pouco relutante, com aquela preguiça de quem quer ficar na cama por mais 5 minutos.
Faz frio, aquele frio gostoso, de começo de inverno.
Ele se senta ao lado dela, ela o puxa para deitarem juntos; ele reclama, mas olha para ela, e vê uma beleza que o hipnotiza, a luz do sol, batendo em sua pele, seus cabelos...
Ela solta uma gargalhada! Lembrou-se do sonho estranho que tivera!
Ele continua ali, estático, enamorando-se dos detalhes de sua amada.
Ela lhe conta o sonho, ele nem presta atenção, não consegue desviar os olhos do desenho que seus seios formam no decote do pijama.
Ela reclama: Você nunca presta atenção no que eu digo, não sei porquê insisto!
Ele olha dentro dos olhos dela, ela retribui, como se tentassem ler a alma um do outro.
Agora é ela que fica paralisada, aqueles olhos, ora verdes, ora azuis, com pequenos detalhes em amarelo!
Um olhar apaixonado.
As mãos dele começam a deslizar pelo corpo, tocam a face, ela se inclina, ele a beija na nuca.
As mãos dela passam pelo cabelo dele com delicadeza, descem as costas acariciando cada detalhe...
Ele a pressiona pra perto de si, eles se beijam!
Apenas o feixe de luz que entra pela janela os ilumina, os corpos agora despidos se unem, se completam...

Não se sabe por quanto tempo os dois ficaram alí, se olhando, se sentindo...
Ela adormece em seus braços, ele acaricia seus cabelos, dá um pequeno beijo na testa:
- Acorda meu amor, já é tarde...
Eles se levantam, ela se veste, um vestido simples, com flores pequeninas e um detalhe na cintura, se olha no espelho, passa um pouco de pó, ele aprecia.
- Vamos meu amor, agora é você que está enrolando, vamos nos atrasar!!!
E ele responde:
Desculpe minha querida, mas eu já te disse o quanto você é linda?
Ela apenas dá um sorriso, meio sem graça, toca de leve sua boca num beijinho carinhoso e volta a se arrumar.
Ele se veste rapidamente.
Saem juntos do quarto, mas não sem antes dar uma última olhada pela janela, contemplar o mar!
Descem as escadas, o café da manhã está posto.
Saboreiam uma pequena fruta, tomam um café brasileiro, ela come um pedaço de queijo:
- Nem de manhã você consegue ficar sem comer queijo minha querida?
- Não amor, nem de manhã! Mas pode deixar que o meu primeiro vício ainda é você! O queijo fica em segundo lugar!
Eles riem, seguram forte as mãos um do outro.
Ele lê o o jornal, ela olha seus e-mails!
Levantam-se e calmamente dirigem-se ao banheiro, ele pega a escova de dentes dela, ela coloca a pasta, ele pega a dele, e ela repete o ato.
Escovam juntos, assim, meio apertado na pequena pia de louça verde clara.
Se olham, sorriem.
Ela pega sua bolsa e ele sua mochila, se perguntam ao mesmo tempo:
- Será que estou esquecendo alguma coisa?
Os dois riem, trancam a porta, descem a escada.
Está frio, ele a ajuda a colocar o casaco, ela reclama das folhas no chão.
Eles saem, ela entra em seu carro, ele entra no carro dele...
E assim vai, cada um para um lado da avenida, rumo ao ganha pão!


Continua...